domingo, 14 de fevereiro de 2010

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Legalização das drogas: deputados criticam declaração de Sérgio Cabral
Jorge Lourenço | Rio+ | 17/11/2009 12:12
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As declarações do governador Sérgio Cabral a favor da legalização das drogas continuam repercutindo na esfera política. E o mais surpreendente é que elas não foram bem recebidas nem pelos defensores da liberação. A principal crítica está no fato de o político ter defendido a legalização apenas se isso fizesse parte de uma iniciativa global alegando que o Brasil se transfomaria num paraíso das drogas se tomasse a decisão sozinho.

"Foi uma declaração vazia. Algo que alguém diz porque é bonitinho ou porque está na moda", criticou o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) ao SRZD . "O Cabral pode ser muitas coisas, mas ele não é burro. A poluição, por exemplo, é uma questão unânime no mundo todo e não há um acordo internacional sobre isso. As drogas, então, nem se fala. Ele sabe que isso nunca vai acontecer", disse o político, favorável à liberação das drogas. Já Flávio Bolsonaro, deputado estadual pelo PP e contrário à legalização, se disse envergonhado pelas declarações de Cabral.

"Tenho vergonha de uma pessoa pública que faz esse tipo de declaração. É por causa de declarações dessas que a ousadia desses marginais que vendem drogas e dos bandidos que as consomem, aumenta. Fico muito triste de ver o governador do meu estado fazendo esse tipo de comentário", atacou Bolsonaro.

"Quanto mais morrerem, melhor", diz Bolsonaro

As semelhanças de Freixo e Bolsonaro param por aí. Donos de posições contrárias quando o assunto é o combate às drogas, ambos pregam novas medidas na segurança pública, mas de maneiras completamente opostas.

"Os argumentos de quem defende a liberação das drogas é de que o combate policial resulta em muitas mortes. Mas, se um traficante dispara contra uma autoridade, o policial tem todo o direito de reagir. Nesse caso, digo até que, quanto mais mortes, melhor", disse Bolsonaro, que pediu mais rigor no combate ao crime.

"A legalização das drogas é mais um passo à degradação do que eu acho mais importante na sociedade, que é a estrutura familiar. Se isso acontecer, a tendência é que ela se afunde. Criar penas alternativas para usuários que financiam a compra de armas e fazer de tudo para não lotar os presídios é fugir do assunto. Precisamos encarar isso de frente", reforçou.

Já Marcelo Freixo, que preside a Comissão de Direitos Humanos da Alerj, lembrou que a proibição não inibe o acesso do usuário às drogas, apenas o torna mais perigoso.

"Falo muito com os jovens e posso falar isso com tranquilidade. Qualquer pessoa no Rio de Janeiro que quiser usar drogas vai fazê-lo. E as pessoas morrem pelas balas de fuzil, não por causa de overdose. Nos Estados Unidos, intensificar o combate ao crime só aumentou o número de mortos, mas não reduziu o tráfico. O caminho não é esse", ressaltou o deputado, que fez a seguinte reflexão.

"Há uma pergunta que nenhuma pessoa contrária à proibição consegue me responder. O álcool hoje é a droga mais consumida pela juventude e talvez a que mais vem causando tragédias. Mas alguém, em algum momento, defende a criminalização das bebidas? Claro que não, não tem cabimento fazer isso. Então, por que proibir a maconha e não o álcool? A proibição no Brasil é fruto da hipocrisia, não da eficácia", garantiu.





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